segunda-feira, 18 de julho de 2011

rag doll.

E ela vai passando.
Cabelos cor de ouro, olhos de esmeralda e lábios cor-de-rosa. Mas essa não é aquela garota. É apenas uma boneca de pano. Olhos arregalados, boca pequena e atrapalhada. Não de plástico. Não, não. Feita com pano simples, barato. Frágil. Se puxar além do que consegue esticar, pode rasgar, a espuma parece amortecer as quedas, porem a fragilidade fica à vista e deseja se esconder. Mas pode ser durável. Se pegar uma linha e agulha e misturar com um pouco de paciência e jeito, pode durar mais até do que o esperado. Não machuca, se machuca. É de pano, não oferece perigo. Pode dar a melhor brincadeira se souber brincar, pode dormir e conceder os melhores sonhos se souber sonhar. Pode ser perfeita mesmo com todos os defeitos. Mas seus olhos viram, os seus. Não enxerga. Não me enxerga, tudo o que não sou e nunca poderei ser te atrai, o botão automático te fascina, fascina demais, o simples pra você é sempre isso: Simples.

the gale of time.

O tempo, de vento em vento, desmanchou as várias certezas que eu tinha, e algumas vezes desarrumou completamente a minhas idéias, ideais. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi melhor, complemento, simples. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar, de se tornar manhã depois de cada longa noite. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu.
"Se pedires minha vida, eu te darei. Se pedires que eu vá embora, eu irei. Mas não me peças pra te esquecer, porque minhas memorias o tempo não cura."